Condicionalismos da Revolução de 1820
Uma sequência de acontecimentos políticos, económicos e militares fizeram com que em Portugal também eclodisse uma revolução liberal ( Agosto de 1820 ).
Vejam atentamente o o quadro cronológico:
1806 - Recusa portuguesa ao Bloqueio Continental.
1807- Primeira Invasão Francesa (comandada por Junot)
- Fuga da da família real para o Brasil (rei D.João VI)
1808 - Abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional
1809 - Segunda Invasão Francesa ( comandada por Soult )
1810 - Tratado de comércio com Inglaterra
- Terceira Invasão Francesa (comandada por Massena)
- Início da governação de Portugal pelo general inglês Beresford
1815 - Brasil elevado à categoria de reino
1818 - Formação do Sinédrio
1820 - Revolução Liberal (Porto, 24 de Agosto)
Deste quadro cronológico podemos tirar conclusões:
O monarca está ausente e é substituído por um "Conselho de Regência". Cresce a influência dos ingleses.
Económicas
a) Agricultura - destruída e roubada pelos exércitos franceses;
baixa dos preços dos cereais, sal, azeite e vinho.
b) Comércio - em queda devido à abertura dos portos brasileiros ao estrangeiro.
Militares
Descontentamento pela presença de ingleses nos altos postos militares e políticos.
A Revolução
No dia 24 de Agosto de 1820, organizada pelo Sinédrio, e chefiada por Manuel Fernandes Tomás, rebentou no Porto uma Revolução Liberal que nomeou uma Junta Governativa e preparou as eleições para as Cortes Constituintes.
À semelhança dos outros países da Europa, o nosso país iria ser dotado de uma Constituição (1822) que obedecia aos princípios iluministas e instituía uma monarquia constitucional.
O rei D.João VI regressou do Brasil e jurou cumprir a Constituição.
As Cortes Constituintes e a independência do Brasil
As Cortes Constituintes recolocaram o Brasil na condição de colónia ( ver cronologia - 1815 ), retirando-lhe privilégios adquiridos.
Descontentes, os brasileiros declaram a sua independência numa revolta - o "grito do Ipiranga" (1822) -, aclamado D.Pedro como seu Imperador.
A reacção absolutista
Um movimento antiliberal liderado por D.Miguel (filho mais novo de D.João VI) e com adeptos da nobreza, clero e exército procurou repor o Absolutismo. Gerou-se grande instabilidade. D.João VI morreu. D.Pedro, então imperador do Brasil, recusou o trono português e enviou uma carta constitucional , que, mais moderada, permitiu a D.Miguel assumir a regência do reino.
Este, no poder, proclamou-se rei absoluto e iniciou uma feroz perseguição aos liberais, provocando uma guerra civil que só terminou em 1834 com a vitória do Liberalismo.
O triunfo da monarquia liberal
Reinstaurada a monarquia constitucional, as reformas legislativas de Mouzinho da Silveira e Joaquim António de Aguiar põem fim às estruturas do Antigo Regime.
Retiram-se privilégios e monopólios económicos, extinguem-se as ordens religiosas masculinas e o Estado confisca todos os seus bens. A burguesia substituiu a nobreza na liderança económica e política do país.
OBS: Este vídeo não é da nossa autoria, mas achamos bastante interessante. Mas ao longo do blog ir vídeos realizados por nós.